Ontologias

Abril 12, 2009

Pos-Designing of Scientific Research Programmes [2]

Filed under: Reflexões — alexandre sousa @ 9:10 am

duck_rabbitThomas Kuhn rejeita a imagem da ciência como um objectivo, de espírito aberto, empírica busca da verdade, lá onde ela está (a fim de acumular e aperfeiçoar o conhecimento, e testar teorias). A história e o progresso da ciência revelam empreendimentos mais subjectivos, com radicais descontinuidades entre paradigmas rivais. Para T.Kuhn, o cenário do progresso científico decorre da seguinte forma: “Ciência normal” é a ortodoxia ordinária dos cientistas seguidores de um “paradigma” ou modelo de investigação científica, que é socialmente aceite. O paradigma enquadra e limita intermitências e percepções da ciência normal, que visa melhorar o paradigma em vez de testá-lo objectivamente.

Esta opinião subjectiva contrasta com o objectivo imagem da ciência como um facto, conhecimento, e o processo de descoberta da verdade. O que representa para os novos paradigmas de investigação a rejeição da antiga ciência normal?

A preocupação e descoberta de anomalias não abrangidas pelo paradigma «oficial», anuncia e faz prever um período de “crise” sem consenso social acerca dos paradigmas rivais. Uma revolução científica ocorre quando encontramos uma transição para um novo paradigma. Kuhn considera que esta mudança paradigmática se trata de um desenvolvimento não cumulativo tal qual sucede numa conversão ou numa espécie de comutação estrutural. O ponto crucial é que sucessivos paradigmas são logicamente incompatíveis e incomensuráveis. Assim, para Kuhn, as questões de escolha do paradigma nunca podem ser resolvidas, apenas pela lógica ou pela experiência. Os debates em torno dos paradigmas envolvem opiniões sobre mundos não comparáveis, muitas vezes não factuais, carregados de julgamentos de valor, questões que se apresentam ao «grupo» como mais importantes ainda do que os problemas que estão pendentes e são para resolver. Einstein e o seu mundo de espaço, tempo e massa é estranho e incomensurável com o de Newton (por exemplo, Einstein não perspectiva a massa sob o ponto de vista da sua conservação, mas sim da convertibilidade em energia).

A filosofia da ciência é a análise da maioria dos conceitos e princípios básicos de trabalho em investigação científica. Quais são os princípios que todas as ciências têm em comum? Como são relacionadas as teorias das diferentes ciências (como economia, informação, e psicologia)? Como podemos relacionar as teorias científicas de hoje com as de ontem e as de amanhã? Tradicionalmente, as respostas a esse tipo de perguntas foram formuladas com base em dois pressupostos fundamentais sobre a natureza da investigação científica:

(1) o pensamento científico é intrinsecamente racional,

(2) o conhecimento científico é intrinsecamente objectivo.

É fácil de apreciar o significado prático dessas perguntas. Porque a nossa sociedade categoriza superiormente valores como racionalidade e objectividade, a diferença entre a “ciência” e a “não-ciência” é a diferença entre o que deve ser levado muito a sério e aquilo que nunca o será. Embora a maioria dos filósofos concordem que a racionalidade científica consiste em testar teorias contra determinadas regras, evidência e explicação, exactamente o que estas regras sejam permanece uma questão em aberto. Do mesmo modo, embora a maioria dos filósofos concordem que a objectividade de uma teoria científica consiste em construir o seu modelo ou uma imagem fiel da realidade, existe pouca concordância quanto ao que isto realmente significa. O estado actual da ciência alimenta muito do debate praticado na filosofia da ciência. Uma ciência não pode ser caracterizada como plausível, apenas por ser um corpo unificado de conhecimento ou até, mesmo por ter um método unificado de inquirição. Pelo contrário, parece ser uma colecção de diferentes disciplinas e métodos, todos eles possuindo algo de diferente nos padrões de racionalidade e na objectividade.

 Porque a abordagem filosófica visa compreender como tudo está relacionado, esta fragmentação é, ao mesmo tempo tão frustrante como fascinante.

2 comentários »

  1. muito legal seu blog!

    gostei do post!

    se quiser que eu coloque alguma matéria sua que tenha a ver com psicologia no meu blog, é só me avisar

    o endereço é:

    http://psicologiaparatodos.16mb.com

    abraços!
    virei aqui mais vezes!

    Comentar por bields84 — Agosto 14, 2010 @ 9:50 pm | Responder

  2. Olá passei aqui de novo para avisar que o blog de psicologia antigo saiu do ar devido aos muitos acessos simultaneos, então, estou aqui para te avisar do novo blog:
    http://psicologiaparatodos.orgfree.com/blogpsicologia

    Não esqueça de visitar! Pode esquecer o outro endereço!

    abraços!

    Gabriel

    Comentar por bields84 — Agosto 22, 2010 @ 6:26 pm | Responder


RSS feed for comments on this post. TrackBack URI

Deixe uma resposta para bields84 Cancelar resposta

Site no WordPress.com.